domingo, 25 de agosto de 2013

Cabrum!! Fiufiufirum...

Prisioneira Fugitiva 
saiu por aí.

 Pés descalços que corriam 
 da chuva
 que caia 
por dentro

 Pijama cinza listrado 
 e uma flor vermelha
 na lapela.

Um amarelo passarinho
cansado da cor da tempestade
 no galho da árvore de inverno
  viu o vermelho flor
 e foi cantar  
 no procurado
ombro 
que 
corria.
 
 Canto 
que
valeu a sua pena.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Flores Para a Vida Bruta.

Para despedidas
te desejo o fogo como chama lacerante que desentope as veias
os poros
 e faz nascer os cabelos.

Não te desejo tudo de bom,
boa vida ou qualquer sofisticação normativa que impeçam de dizer o que realmente ocorre.

 Desejo mãos decididas
 que levantam a espada para o possível corte eficaz
 onde tudo rebrota
 depois da morte.

 Não te desejo tranquilidade ou harmonia rarefeita
dessas que não oscilam a temperatura
e mantém tudo no mormaço das moscas diárias.

 Desejo berros,
 gritos,
 Urros de chega!
provindos da estrutura óssea que escapa como matéria espiritual pela mandíbula.

Nem conto de fadas
nem utopias
te desejo.

 Te desejo a vida bruta
como carne aberta
ferida exposta para o mundo.

Desejo sua mania de perfeição virada ao avesso
sem chão
sem lados
sem tetos

Desejo que tuas excreções saiam publicamente
 e que não haja lugar para te esconder de tua vergonha
criada absurdamente por ti.

Te desejo o apetite voluptuoso do mar
e a fatal fina espinha de peixe pressa na garganta.

Não te desejo nas minhas preces e orações
Te quero longe das minhas mãos cuidadoras

Não te desejo beijos e abraços em final de mensagens
e que não ocupes nenhuma linha mais dos meus textos

Te desejo o cru da vida
para que tua boa poesia
não fique esquecida
trancada
e guardada por teus monstros
nas gavetas da tua monotonia.

sábado, 5 de janeiro de 2013

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Quando Mar e Céu Ousaram se encontrar na primavera.

O Garoto Tropicália
toca campainha
 na banda
da casa.
 
 É melão com mamão
 torrada acebolada com ovo
e papo bom.

O Garoto Tropicália
 escava as ruas de
 Porto Alegre de bici
 atrás de um ar fresco
 e uma Brisa de amor da Monark.

O Garoto Tropicália
é beijo repentino amortecido
 pela boca macia
 é expressão pública da vontade
 é tesão
 do olhar.

É cinema enroscado
é 24 horas de dança contato
é escada pro jardim.

 O garoto tropicália
 desvenda a arqueologia
 das dobras
 das curvas
 das oscilações
 à procura
da memória
dos gemidos.


 O garoto
tropicália
nem dormiu
com o agricultor
maduro solitário

visitou o
 Jardim de Monet

Saiu 
 cantarolando Caetano
 e anda
espalhando
 por aí
 que teve
o melhor
final de semana
 do
MUNDO.
 









 
 

domingo, 23 de setembro de 2012

Balzac.

Eu, Fernanda, 29 dias, 364 meses e 23 horas de existência.
 30 anos.
 Sempre quis ter 30.
 Quis a selvajaria de uma loba confiante no desejo de se tornar a própria lua.
 De fato, meus uivos se intensificaram nos últimos meses.
 Os uivos são uma forma de comunicação das emoções, um chamado de prazer ou de dor, que meu feminino expõem e reconhece.

 Meus 30, são bem vindos
por me proporcionarem tanta transformação.

 Me reinvento de hora e hora e vejo que me ver sem véus também é caminhar sozinha na chuva por dias a fio.
Sem telhados,
sem guarda chuva,
 sem braços quentes e confiantes.
Se dorme de roupa molhada porquê simplesmente não há o que se fazer em tempos de chuvas assim.

  Meus 30,
 são também minha reinvenção mais cheirosa, doce e praze-rosa que já vive nesses 29 anos.
 Voltei a fazer yoga,  
 comecei a tocar pandeiro
  fazer capoeira
 e meu trabalho, minha criação e contribuição pro mundo, vai de vento em popa.
 E, principalmente, reinvento minha visão do amar e a forma de me relacionar.

  Tenho cantado caminhando na ruas e cumprimento os transeuntes que me fitam nos olhos.
 Nunca antes fui tão organizada.
 Começo a gostar novamente das minhas cafonices de estampa floriada e me pego pensando na possibilidade de logo compor uma família.

 Meus 30 são revolucionários.
 Com tanta mudança,
me sinto
 uma revolucionária
de mim mesma.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O encontro da pele desfrutado por mim
espiritualidade a dois
Nosso silêncio é envolto pelas crianças que
estão no mesmo ambiente depois do nosso amor
 A divindade do sexo quando se quer o outro como ele é
 
Seus talentos, seus potenciais
sua voz rouca junto com minhas insatisfações

Dou de cara com teu pudor diário.

Enfrentas minha inconsciente rigidez ,
te dói tantas coisas que não sei...

Me dói nossa impossibilidade de ver o paraíso que é o outro.

Meu paraíso:
Tudo,
todos,
nós,
eu
e
tu
inteiros
 todas nossas imperfeições entre olhares e risos.
portas e janelas abertas para os medos entrarem e saírem
Nós,
corpos,
casa
a transformação de tudo.

A falta da tua atitude
a falta do meu silêncio

 A luz que envolve meu querer
é a capacidade de tudo nascer, acontecer e morrer.
 inclusive e principalmente o mesmo
mais do mesmo.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Foi logo que a pedagogia surgiu no meu caminho que eu descobri a arte existente na palavra “ferramenta”. Foi então que ampliei minha imaginação para a possibilidade de criação material ou metodológica que são necessárias para exercer o trabalho como educadora. Além de descobrir a capacidade que as crianças têm, desde muito pequenos, em lidar com martelos, serrotes, alicates e facas sem se machucar, percebi que o meu emocional adulto faz parte dessa destreza dos pequenos com as ferramentas, ancorar a confiança era necessário para que eles também se sentissem seguros do que faziam. Assim tomados os pequenos cuidados, para que a euforia das muitas possibilidades não trouxesse o caos, deixo-os brincar livres com ferramentas ditas perigosas e eles saem da atividade acreditando muito mais em si e seus potenciais.

Deixei-me envolver pela mágica das danças circulares, das histórias contatas e dos abraços e beijos que não podem faltar entre educandos e educadores. È essa mágica existente onde também repousa a tolerância e o limite certo, que cresce dentro da criança a admiração e o respeito pelo educador.