domingo, 23 de setembro de 2012

Balzac.

Eu, Fernanda, 29 dias, 364 meses e 23 horas de existência.
 30 anos.
 Sempre quis ter 30.
 Quis a selvajaria de uma loba confiante no desejo de se tornar a própria lua.
 De fato, meus uivos se intensificaram nos últimos meses.
 Os uivos são uma forma de comunicação das emoções, um chamado de prazer ou de dor, que meu feminino expõem e reconhece.

 Meus 30, são bem vindos
por me proporcionarem tanta transformação.

 Me reinvento de hora e hora e vejo que me ver sem véus também é caminhar sozinha na chuva por dias a fio.
Sem telhados,
sem guarda chuva,
 sem braços quentes e confiantes.
Se dorme de roupa molhada porquê simplesmente não há o que se fazer em tempos de chuvas assim.

  Meus 30,
 são também minha reinvenção mais cheirosa, doce e praze-rosa que já vive nesses 29 anos.
 Voltei a fazer yoga,  
 comecei a tocar pandeiro
  fazer capoeira
 e meu trabalho, minha criação e contribuição pro mundo, vai de vento em popa.
 E, principalmente, reinvento minha visão do amar e a forma de me relacionar.

  Tenho cantado caminhando na ruas e cumprimento os transeuntes que me fitam nos olhos.
 Nunca antes fui tão organizada.
 Começo a gostar novamente das minhas cafonices de estampa floriada e me pego pensando na possibilidade de logo compor uma família.

 Meus 30 são revolucionários.
 Com tanta mudança,
me sinto
 uma revolucionária
de mim mesma.

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